terça-feira, 3 de setembro de 2013

“Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15)

O Evangelho segundo Lucas sob o prisma do discipulado-missionário, conforme o enfoque do Projeto de Evangelização: O Brasil na missão Continental, é o tema do mês da Bíblia de 2013. O tema escolhido releva o Evangelho do Ano Litúrgico C, e os cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente dita.
O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) é: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15).
 
Quem é o autor?
 
Desde o século II a obra foi considerada de Lucas. Muitos comentaristas atribuem à profissão de médico (cf. Cl 4,14) e o identificam com o discípulo e colaborador de Paulo (cf. Fm 23ss, 2Tm 4,11). Porém, essa relação entre Paulo e Lucas, vem sendo questionada, visto que há muitas diferenças entre a Teologia de Paulo e de Lucas.
Baseado na falta de consenso dos estudiosos em determinar quem é o autor do terceiro evangelho, deduz-se pelo texto que o autor, provavelmente, é um cristão proveniente do paganismo e de origem grega.
O autor é influenciado pelo estilo dos historiadores (Lc 2,1-2) e dos poetas gregos; utiliza a tradução grega da Bíblia e conhece bem o Império Romano.

(Fonte: http://www.paulinas.org.br)

Relatos da JMJ


No último dia 28 completamos um mês da missa de envio da JMJ Rio 2013. Nesse um mês muitas pessoas chegaram até nós para perguntar como foi a Jornada? Vocês viram o Papa? Conheceram muitas pessoas? Enfim, inúmeras perguntas que nos remetem a nossa vivência nos dias que estivemos no Rio. Essa vivência é algo que ficará marcado na vida, nos corações e na lembrança de todos nós que lá estivemos. Uma vivência muito maior que qualquer coisa que já tenhamos vivido. Uma vivência de muita fé, pois estávamos ali no meio de mais de 3,5 milhões de pessoas de mais de 170 países que vivenciaram a mesma fé que nós vivenciamos no nosso dia a dia. Uma vivência de respeito entre todos. Uma superação de limites físicos, pois muitas vezes pensávamos não conseguir mais caminhar, não aguentar mais as dores que tomavam conta de todos. Mas era nesses momentos que nos sentíamos mais fortes para podermos seguir e cumprir a nossa jornada. Tivemos a vivência de sermos acolhidos por famílias que se quer imaginavam quem seriam e de onde viriam as pessoas que elas hospedariam, um troca de experiências riquíssima onde nos tornamos, não só naqueles dias, parte de uma única família, uma família que apelidamos carinhosamente de “a nossa família do Rio”. Vivenciamos os momentos de conhecer inúmeros peregrinos de diversos países do mundo, trocar experiências com pessoas que estavam aguardando, como nós, para poder entrar no Rio, peregrinos da Argentina, Indonésia, França, de inúmeros lugares do Brasil. Era fantástico você olhar em volta, em vários momentos da jornada, e ver pessoas de tantos países com suas bandeiras, bonés, chapéus típicos da sua cultura. Uma cultura que ali era vivida e partilhada através dos “câmbios”, onde as pessoas trocavam lembrancinhas de seus países, seus estados, suas pastorais, seus grupos, seus movimentos. E o Papa Francisco, o que dizer desse homem escolhido por Deus para ser o sucessor de Pedro? Dizer que ele é um homem iluminado, carismático, humilde, com certeza todos já sabiam, mas gostaríamos de dizer que ele é para nós, que lá estivemos, um verdadeiro amigo que confiou a nós a missão de irmos pelo mundo pregando a boa nova. É algo contagiante a sua vontade de ir às periferias existenciais! As suas palavras calmas que conseguem tocar nossos corações nos fazendo muitas vezes ir às lágrimas, seus gestos de carinho com todos, muitas vezes arriscando sua própria segurança para estar junto do povo. Mas além disso, como bem traduziu dom Orani em seu discurso de acolhida do Papa na missa de envio, o Papa é: “alguém próximo de nós, alguém que nos fez muito felizes e se aproximou de cada um com suas palavras e seus gestos. Mas Vossa Santidade nos anunciou Jesus Cristo. Ele permanece conosco e nos faz unidos, mesmo de longe”.
Daniel Federissi
Pastoral da Juventude








domingo, 1 de setembro de 2013

Setembro: Mês da Bíblia

“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho!” (Salmo 119,105)

 

Setembro é o mês da Bíblia. Este mês foi escolhido pela Igreja porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu no ano de 340 e faleceu em 420 dC). São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja.

A Bíblia é hoje o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e que está em quase todas as casas. Serve de “alimento espiritual” para a Igreja e para as pessoas e ajuda o povo de Deus na sua caminhada em busca de construir um mundo melhor.

“Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça ” (2Tm 3,16). A Bíblia foi escrita por pessoas chamadas e escolhidas por Deus e que foram inspiradas através do Espírito Santo. Ela revela o projeto de Deus para o mundo; serve para que todos possamos crescer na fé e levar uma vida de acordo com o projeto de Deus. Por isso, ela é a grande “Carta de Amor” de Deus à Humanidade.
A Palavra de Deus nos revela o rosto de Deus e seu mistério. Ela é a história do Deus que caminhou com seu povo e do povo que caminhou com seu Deus. A Bíblia tem uma longa história, desde nossos pais e mães da fé (Abraão e Sara, Isaac e Rebeca, Jacó Lia e Raquel) passando por Moisés, pelos Profetas, até a vinda do Messias, e por fim a morte do último dos Doze Apóstolos quando foi escrito o último livro da Bíblia (o Apocalipse, escrito no final do I século). A Palavra de Deus demorou em torno de dois mil anos para ser escrita. Muitas pessoas fizeram parte desta história: homens, mulheres, crianças, jovens, anciãos… Por isso, podemos dizer que a Bíblia é um livro feito em mutirão.

Passaram-se os tempos, os anos, mudaram muitas coisas, impérios cresceram e caíram, tantas idéias foram superadas, mas a Palavra de Deus continua “viva e eficaz” (Hb 4,12), pois “ela permanece para sempre” (1Pd 1,25). Embora o mundo busca outros caminhos, sempre existiram pessoas e comunidades que foram fiéis, que buscaram nas Palavras Sagradas a fonte para sua inspiração, para continuar vivendo e realizando o projeto de Deus.
Mais do que história, a Bíblia é portadora de uma mensagem. Ela é capaz de denunciar e anunciar. Ela denuncia as injustiças, os pecados, as situações desumanas, de pobreza, exploração e exclusão em que vivem tantos irmãos nossos. Foi isso que fizeram os Profetas e também Jesus Cristo em algumas ocasiões, pois toda situação de injustiça e pecado é contrária ao projeto de Deus. Mas a Bíblia é, sobretudo, um livro de anúncio. Ela proclama a boa notícia vinda de Deus: Ele nos ama e nos quer bem! Ele é o Deus que caminha conosco, que está ao nosso lado e nos dá força e coragem! Foi Deus que enviou ao mundo seu Filho Jesus Cristo. Ele veio nos trazer a Boa Notícia do Reino; veio nos trazer a Salvação, o perdão dos pecados. É através da fé em Jesus Cristo que nos tornamos filhos de Deus.

Na Bíblia encontramos textos para as diversas situações da vida. Ela ajuda a fortalecer a nossa fé; é útil na nossa formação, nos momentos de crises e dificuldades, na dor, na doença ou na alegria… Para todas as realidades encontramos textos apropriados.

Todos podemos e devemos ler, estudar e conhecer a Palavra de Deus. É certo que na Bíblia encontramos alguns textos difíceis. A Bíblia mesmo diz isso (veja 2Pd 3,16¸ At 8,30-31; Dn 9,2; etc). Certas passagens foram escritas dentro de uma realidade diferente da nossa. Precisam ser interpretadas e atualizadas. Por isso, quando não entendemos um texto, é melhor passar adiante, buscar outra passagem. O Pe. Zezinho nos ensina cantando: “Dai-me a palavra certa, na hora certa, do jeito certo e pra pessoa certa”. É recomendável fazer um curso, uma Escola Bíblica ou estudar em grupos. Tudo isso ajuda a entender melhor a Bíblia.

Na verdade, todo mês devia ser Mês da Bíblia; todo dia devia ser Dia da Bíblia. Por isso, a Bíblia não pode ser apenas um ornamento em nossa casa. A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento de cada dia e buscar nela o sustento para a nossa vida.

Termino lembrando um texto bonito de São Paulo: “Tudo o que se escreveu no passado foi para o nosso ensinamento que foi escrito, afim de que, pela perseverança e consolação, que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4). Que neste mês da Bíblia, a Palavra que vem da boca de Deus nos anime, dê força e coragem e com isso sejamos cristãos da Esperança!

Alguns conselhos práticos para quem quer ler, conhecer e viver segundo a Bíblia:

1) Pedir sempre ajuda ao Espírito Santo, isto é, iniciar sempre com uma oração;
2) Começar pelos livros e textos mais fáceis, ou seja, os Evangelhos, Atos dos Apóstolos…;
3) Ler e meditar um texto por dia (não é a quantidade que importa, mas a qualidade);
4) Procurar descobrir o contexto em que o texto foi escrito, ou seja: por que e para quem o texto foi escrito;
5) Anotar na sua Bíblia os textos que mais chamam a atenção;
6) Quando encontrar textos difíceis, passar adiante, deixar estes textos para quando participar de um curso ou quando encontrar pessoas que podem ajudar a explicar;
7) Atualizar o texto para hoje: colocá-lo em prática na vida. Celebrar e rezar a Bíblia e a vida. Viver a Palavra!

Fonte: Portal COT